Estava eu no meu 3º ano de Arquitectura, quando comentei numa conversa de café, que o que eu queria mesmo era trabalhar em Interiores. As reacções foram variadas, mas lembro-me perfeitamente do comentário de um colega meu: “ Para mim, polícias, advogados e decoradores de interiores, era enfiá-los todos numa vala e atear-lhes fogo”. Não fosse eu saber que o rapaz em questão não simpatizava muito comigo e teria levado o comentário muito a peito. Sendo assim, não liguei grande coisa mas confirmei a minha suspeita de que em Portugal existe (ainda) um grande preconceito em relação à Decoração.
Sim, eu sei que ele não foi só preconceituoso em relação aos decoradores, mas vou-me focar nisso!
Não percebo porquê, mas é muito comum considerarem a decoração de interiores uma actividade menor, inferior a todas as outras artes. É costume dizerem “ até parece que eu preciso de ajuda para escolher um sofá ou um candeeiro”. Ora bem, existe uma grande diferença entre mobilar uma casa e decorar uma casa. Um decorador não se limita a mobilar um espaço. Um decorador cria ambientes, conjuga texturas, cores, padrões e materiais… Um decorador projecta um espaço consoante as necessidades do cliente e torna um espaço vazio/descaracterizado num espaço personalizado, rico e acolhedor.
É óbvio que grande parte das pessoas não precisa de ajuda para escolher um sofá ou um candeeiro, mas também é verdade que nem sempre essas peças resultam em conjunto, no mesmo espaço. E também é verdade que, muitas vezes, os clientes não conhecem grande parte das soluções/produtos existentes no mercado.
Para além disto, é comum também dizer-se, em tom depreciativo, que as decoradoras são todas umas tias de Cascais que decidiram ocupar o tempo livre a decorar as casas das amigas. Não vou negar que a “velha escola” era maioritariamente composta por senhoras de classes sociais mais altas, mas isso aconteceu porque a decoração em Portugal era um luxo, acessível apenas às elites. Hoje em dia, a situação é completamente diferente. Os designers/decoradores portugueses já não pertencem a elites e são reconhecidos internacionalmente pela sua qualidade e criatividade. São artistas com formação académica e uma mais valia em projectos de Arquitectura.
Por isso, toca a fazer um esforço e derrubar estes preconceitos que ainda persistem e perceber que existe por ai muita gente talentosa, com muita qualidade e cujo trabalho deve ser respeitado e valorizado!
Mas olha que ainda é um luxo poder contratar um decorador para casas privadas. Deviam era fazer decoradores low-cost. :P
ResponderEliminaros low cost nao eram nada mal pensados!
ResponderEliminare tb acho que ainda é um "luxo".
mas não acho que seja nada inferior.
é um trabalho como outro qualquer.
feito pela minha fiuzinha então, é O melhor:)
sim, mas eu disse isso na perspectiva de hoje em dia os decoradores em si já não pertencerem a elite.
ResponderEliminare acho que em certos casos não é um luxo, mas sim uma necessidade, por exemplo em lojas, em bares e afins!
Ah e já existem decoradores low cost! aqueles pacotes da vida é bela e a da odisseias, já oferecerem os servicos de um decorador a preços muito mais baixos
políticos, advogados e decoradores, na verdade. ;)
ResponderEliminarups, enganei-me!
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